O
Atarè também conhecido como Pimenta da Costa, Grãos do Paraíso e cujo nome
científico é Aframomum melegueta roscoe K. Schum
pertence à família Zingiberaceae a mesma do gengibre. Encontrada na região costeira da África, é
uma erva perene com porte de uma “mini- palmeira” podendo atingir cerca de 1,0 a
1,5m de altura, seus frutos quando secos apresentam uma casca de coloração
marrom, as sementinhas de atarè são encontradas dentro do fruto envolvidas por
uma película bem fina. O seu cultivo é essencialmente pela sua valiosa semente,
que possui uma picância não muito acentuada, que lhe valeu o nome de "grão
do paraíso", indicando seu alto valor como especiaria e na medicina. A
semente é usada extensivamente em etno-medicina para uma variedade de doenças,
possuem ativos para diversas atividades biológicas, especialmente contra
inflamações e doenças infecciosas. (1)
Além
de propriedades medicinais o Ataré é utilizado em rituais de Candomblé, seu uso
acontece em cerimonias que fazem alusão ao Orixá Exú. Este é utilizado com o
significado de limpar o hálito e retirar todas as más intenções que as palavras
podem conter. Outra cultura que utiliza o Atarè é a Cultura Ioruba que o usa como
forma de dote, onde o noivo oferta atarè à família da noiva e este significa
fecundidade.
Os Grãos do Paraíso ou atarè tem sido
a planta nativa favorita para curandeiros africanos, que usam suas sementes
para tratar doenças de tosse, dor de dente e para sarampo (2). Suas sementes são utilizadas na África Ocidental como um remédio
para uma variedade de doenças como dor de estômago, diarreia e até mesmo picada
de cobra. As sementes do atarè contêm gingeróis e compostos relacionados que
podem ser úteis contra as doenças cardiovasculares, diabetes, e inflamações (3).
Figura 1.0: Planta da
Aframomum melegueta
Figura 2.0: Favo de
atarè partido
Figura 3.0: Sementes de Atarè
Referências Bibliográficas:
1-VOEKS, R.A. Sacred Leaves of Candomblé: African Magic, Medicine, and
Religion in Brazil. University of Texas Press, 1997 - 256 p.
2- DYBAS, C,L; RASKIN, L. Out of Africa: A Tale of Gorillas, Heart Disease... and a Swamp
Plant; BioScience 2007 57:5, 392-397
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